quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Lenda



 
Conta uma antiga lenda que, na Idade Média, um homem muito virtuoso foi injustamente acusado de ter assassinado uma mulher. Na realidade, o verdadeiro autor era uma pessoa muito influente no reino e, por isso, desde o 1º momento se procurou um "bode expiatório", para encobrir o culpado. O homem foi levado a julgamento já sabendo que tinha escassas ou nulas oportunidades de escapar ao terrível veredicto: a forca!
O juiz, também metido no trama, cuidou não obstante de dar todo o aspecto de um julgamento justo e, por isso, disse ao acusado: "conhecendo a tua fama de homem justo e devoto ao Senhor, vamos deixar nas mãos d'Ele o teu destino: vamos escrever em dois papeis separados as palavras "culpado" e "inocente". Tu escolherás e será a mão de Deus a que decida o teu destino. Claro, o mau funcionário havia preparado dois papeis coma mesma palavra: Culpado". E a pobre vitima, ainda sem conhecer os detalhes, dava conta de que o sistema proposto seria uma armadilha. Não havia escapatória. O juiz ordenou o homem a pegar num dos papeis dobrados Este respirou profundamente ficou em silencio uns quantos segundos com os olhos fechados e, quando a sala começava já a impacientar-se, abriu os olhos e, com um estranho sorriso, pegou num dos papeis e levando à boca o engoliu rapidamente. Surpreendidos e indignados os presentes condenaram o acto veemente: "Mas? Que fez?!? E agora??? Como vamos saber o veredicto?!". "É muito simples", respondeu o homem. "É uma questão de ler o papel que resta, saberemos o que dizia o que engoli". Com nítido incomodo e enjoo mal dissimulados, lá tiveram que libertar o acusado, e jamais voltaram a molesta-lo.
Moral da história: por mais difícil que se nos apresente uma situação, nunca deixes de buscar a saída nem lutar até ao último momento. Sê criativo! Quando tudo pareça perdido, usa a imaginação!
"Nos momentos de crise, só a imaginação é mais importante que o conhecimento"
(Albert Einstein)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A QUARESMA NA VIDA DE UM CRISTÃO?




“A Quaresma é um dos momentos do ano em que os cristãos sentem mais o abismo que os separa do mundo. No Natal, nos santos populares, em tantas outras festas, a sociedade participa, de certa maneira, na cerimónia que os cristãos celebram. Participa de longe, participa na exteriorização, na alegria, mas participa. Até na Páscoa da Ressurreição, os folares, os ovos de chocolate e as amêndoas nos unem em gozo ao mundo.
Mas na Quaresma não. Quarenta dias de oração, jejum e esmola é algo que nos distingue de toda a gente. Nem sequer os que meditam na vida, os que jejuam na dieta para a praia ou os que são solidários com os pobres, nem sequer esses compreendem algo como a Quaresma. A Quaresma parece ser de outro universo. Parece que os cristãos perdem de vista a sociedade no fim do Carnaval e só a reencontram com o coelho dos ovos doces. É difícil fazer o mundo compreender a Quaresma. É difícil fazer o mundo compreender que a penitência da Quaresma é para fazer bem a nós mesmos.

João César das Neves
Professor UCP (2003-02-25)