domingo, 22 de maio de 2011

"Onde houver o bem a fazer que se faça"

Madre Maria Clara do Menino Jesus é a fundadora da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição (CONFHIC) que tem representação na ilha Terceira (Irmã Elvira que já nos foi falar a retiros como também a irmã Filomena).

«ONDE HOUVER O BEM A FAZER QUE SE FAÇA»

Esta frase é o lema que a Madre Maria Clara do Menino Jesus, fundadora da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, deixou às suas filhas espalhadas pelos quatro continentes

Beatificação de Madre Maria Clara do Menino Jesus - a mais recente beatificação portuguesa:
Decorreu no passado dia 21 de Maio, no estádio do Restelo às 10.30, a beatificação de Madre Maria Clara do Menino Jesus, nascida na Quinta do Bosque, Falagueira, cidade e concelho da Amadora e Diocese de Lisboa, a 15 de Junho de 1843.

Vida de Madre Maria Clara do Menino Jesus

Nascida na Quinta do Bosque, Falagueira, cidade e concelho da Amadora e Diocese de Lisboa, a 15 de Junho de 1843, filha de Nuno Tomás de Mascarenhas Galvão Mexia de Moura Telles e Albuquerque e de D. Maria da Purificação de Sá Carneiro Duarte Ferreira, recebeu no Baptismo, a 2 de Setembro desse ano, na Igreja de Nossa Senhora do Amparo, de Benfica, o nome de Libânia do Carmo Galvão Mexia de Moura Telles e Albuquerque.

Órfã desde a adolescência, desprezando uma vida folgada entre a nobreza, deixou que Deus a conduzisse para aliviar o sofrimento de uma multidão enorme de empobrecidos, na cidade de Lisboa: sem abrigos, doentes, alcoólicos, analfabetos, viúvas, órfãos, etc. Entrou na vida religiosa e depois de ter feito o noviciado em França, dedica-se, com um bom número de seguidoras, ao exercício da caridade, prontas a fazer o bem onde fosse preciso. E surgem, assim, por todo o país, colégios, hospitais, asilos, creches, cozinhas económicas, tudo o que fosse necessário para aliviar o sofrimento de um povo dilacerado por querelas políticas e afogado em grande pobreza.

Mas a Madre Maria Clara, desejosa de anunciar o Evangelho pelo exercício da caridade parte para missões além mar, tendo estado em Angola em 1883, na sua primeira viagem de apostolado, mas em breve foi também a Goa, Guiné e Cabo Verde, aí deixando Irmãs da sua Congregação a continuar o seu trabalho de bem fazer. Eleita Superiora Geral em vários capítulos, em Maio de 1896 foi reconhecida, pela Santa Sé, como Fundadora e Superiora vitalícia.

Vivendo numa época marcada pelo poder liberal, viu a sua Congregação ferozmente atacada, como alvo da perseguição à Igreja, em Portugal. No meio das calúnias mais ignominiosas e humilhantes que o jacobinismo português levantou às Irmãs, através da imprensa nacional e estrangeira, a Madre Maria Clara mostrou-se sempre firme e digna, superiora a todo o vexame e a qualquer ofensa. A Congregação por ela fundada crescia em vocações e em obras, apoiada pelo povo que lhe requeria os serviços com toda a confiança: fundou mais de 140 obras de acção social, recebeu no seu Instituto cerca de mil religiosas que espalharam e levaram o seu carisma de Paz e Hospitalidade até muito longe.

Combatido o bom combate, desgastada por enormes canseiras, carregada de méritos, a Madre Maria Clara do Menino Jesus faleceu em Lisboa, com fama de santidade, no dia 1 de Dezembro de 1899. Esta fama perdurou tempos fora e, em 1995, foi aberta a fase instrutória do Processo de canonização, na Diocese de Lisboa. Decorrendo normalmente as sucessivas etapas, foi declarada Venerável, em Roma, no ano de 2008. Mas, por sua intercessão ocorreu um milagre, o qual,depois de devidamente estudado e aprovado, teve como desfecho o Decreto do Papa, em 10 de Dezembro de 2010, que autorizou a sua publicação.

E foi beatificada em Lisboa a 21 de Maio de 2011. O seu corpo repousa na Casa Mãe das Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, Congregação por ela fundada, em Linda a Pastora, Queijas, Oeiras.

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